segunda-feira, 6 de março de 2017

44° dia - Integração - colagem com recorte feito a mão


Teresópolis, 6 de março de 2017

Hoje foi a primeira sessão com a arteterapeuta Vanda Viola.

Antes de iniciarmos os trabalhos ela me guiou num relaxamento profundo. 
O relaxamento antes de iniciar uma atividade arteterapêutica contribui para a expressão do inconsciente.
Vanda propôs que iniciássemos a terapia com um trabalho de colagem. Orientou que eu buscasse imagens em revistas e, ao invés de usar a tesoura para recortar, que as rasgasse com as mãos.
Recortar com a tesoura é uma tarefa mais dura ao passo que usar as mãos picotando as imagens com cuidado nos conecta com o material, com a suavidade do papel, além do trabalho ficar mais orgânico e bonito exibindo as bordas rasgadas e as tramas do papel.
Rasgar as imagens é um processo muito interessante coloca à prova nossa capacidade de abrir mão da perfeição da tesoura.
Selecionei, rasguei e colei as imagens numa folha A3. Em seguida as uni com lápis de cor, giz de cera e hidrocor.
Pela primeira vez identifiquei um material de difícil manuseio para mim. O lápis de cor porque "demora" muito para colorir.
Percebi que o lápis me aborrece por conta da minha impaciência e da precipitação em querer executar rapidamente os trabalhos.
Unir as colagens me deu muita satisfação principalmente depois que me soltei e desenhei imagens em algumas ilustrações e as conectei à outras, compondo assim um todo orgânico.
A tenda da feira uniu-se à cidade. Os galhos da árvore trouxeram vida à cidade cinzenta. O coração original, pequeno e pálido, no centro da cidade sobressaiu com um vermelho mais intenso. Galhos da árvore dirigiram-se para o círculo de mulheres e também à flor de lótus.
A ilustração da dança circular encaixou-se no centro do trabalho dando a impressão de ser um Sol central e a continuação da árvore.
O "pois" da roupa da mulher desprendeu-se e caiu sobre a flor de lótus, polinizando-a.
A abelha e sua posição dentro da composição foi muito curiosa.
Transformou-se no Sol apontando para a cidade de New York, onde vive minha filha caçula.
Na Grécia antiga a abelha era associada à deusa Deméter, a "deusa mãe" da agricultura, da colheita. Para os gregos também simbolizava a alma. 
Deméter manifestou-se dando proteção para a filha distante.
No Egito antigo considerava-se a abelha um símbolo da realeza. Acreditava-se que havia sido gerada a partir das lágrimas de , o deus-sol egípcio. Símbolo real e solar, sua imagem mais difundida é como símbolo da alma, aquela que purifica pelo fogo e nutre com o mel.
A escada que leva à árvore foi completada até atingir a borda do papel.
O desenho do coração na imagem do casal foi completado e colorido.
Os yogues da pequena gravura não se conectaram à nada. Percebi que essa falta de conexão tem a ver com o fato de não estar fazendo minhas práticas de meditação e respiração.
Denominei esse trabalho de "Integração" porque durante sua execução a busca pela integração esteve bem presente em minha consciência.

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