segunda-feira, 26 de junho de 2017

73° dia - Colagem do eu

Teresópolis, 26 de junho de 2017.

Hoje foi dia de terapia com Vanda Viola e a proposta arteterapêutica foi um trabalho de colagem, a Colagem do eu.
A boca grande revelou uma questão. Falo de forma impulsiva, o que eventualmente me traz problemas. A boca é grande e há um problema de comunicação. 
Na hora lembrei de um trabalho que fiz no módulo da criança interior com a professora Moema Quintanilha. Nesse trabalho expressivo desenhei, a partir do recorte do meu nome, meus chakras. No dia que fiz o trabalho não notei, mas ao escrever nesse blog percebi que não havia feito o chakra da garganta. Comunicação e fala.
Após comentar o fato com Vanda ela sugeriu que eu trabalhasse no desenho, reforçando alguns pontos que ficaram muito claros e indefinidos. Coloquei um Sol bem vibrante no chakra da comunicação.
Na colagem do eu surgiram muitas imagens de água em torno da cabeça. Emoção em lugar da razão.
No chakra da terceira visão surgiu a abelha. No xamanismo a abelha é considerada a medicina da comunicação e organização. Sincronicidade. Imagens do inconsciente revelando complexos.
No verso surgiu a figura de um leão, um filhote sorridente. Força e alegria são qualidades que não estão aparentes ainda, mas fazem parte do meu eu.
Leão é o signo do zodíaco que rege o coração. Falar com o coração, com a pureza e a nobreza do leão.
Trazer para a fala a nobreza da alma. Essa é a cura da boca grande.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

72° dia - Três sóis


Teresópolis, 16 de junho de 2017

Hoje foi dia de arteterapia com Vanda. 
Levei à terapia minha preocupação com a saúde delicada de tia Arethusa, e o sentimento de tristeza com a proximidade da passagem dela e de minha mãe. Tenho chorado muito. Um choro saudoso sem motivo específico. Sinto necessidade de chorar a dor da perda que ainda não aconteceu! E a memória passeia por sensações do passado. O sentimento predominante é de gratidão. Choro por gratidão.
Cada vez mais associo minhas vivências arteterapêuticas com mamãe. Arquétipo materno constelado.
A impressão que tenho é de estar morrendo junto com elas, e que irei renascer em outra vida.
Duas mulheres muito importantes para mim. Mamãe esteve sempre ao meu lado nos piores e melhores momentos de minha vida. Tia Arethusa também! Seu apoio foi fundamental e determinou o curso de minha vida em diversas fases. Desde a infância de minhas filhas até minha vida adulta. Hoje sou sua curadora, responsável pelo seu bem estar. Ela é minha filha de 94 anos.
No início foi bem difícil aceitar e compreender o porquê de eu ter recebido essa responsabilidade. Durante o tempo em que estou sua curadora recebi todo tipo de ajuda. Tudo fluiu com naturalidade, inclusive sua ótima saúde tem colaborado para isso, pois aos 94 anos ela tem marcadores de sangue de uma menina de 18. Até seus acessos relacionados à bipolaridade e ao transtorno obsessivo compulsivo foram controlados com o uso de medicação psiquiátrica, tratamento viabilizado após a curatela.
Sou grata por essa missão que me mostrou facetas de minha personalidade até então desconhecidas para mim. 
Voltando à terapia, contei a Vanda minha vivência da solidão no curso de formação, quando entrei na pele de um Condor. Ao final a ave foi ao encontro do Sol do Oeste, o Sol da Grande Mãe, um retorno que associei com o ocaso de minha mãe.
Vanda sugeriu que eu desenhasse três sóis com aquarela. O Sol nascente, o Sol do meio dia e o Sol poente, que eu chamei de Sol da Grande Mãe.
À direita desenhei o Sol nascente vindo do leste, amarelo, lindo, levando vida à uma árvore logo abaixo.
No centro o Sol causticante do meio dia. As flores abaixo desse Sol são vermelhas. É o Sol do momento presente. Fervilhante.
À esquerda o Sol poente. Sol que se põe mas derrama energia amorosa na terra. O Sol da mãe.
Os três sóis no mesmo nível representam minha consciência. Passado, presente e futuro têm o mesmo peso nesse momento.
Vanda sugeriu que eu observasse o ciclo solar. Perceber como me sinto a cada um desses momentos, e que mesmo com a "morte" do sol poente, no dia seguinte ele retornará brilhante do leste.
A natureza segue seu curso com o ciclo de vida e morte.

sábado, 10 de junho de 2017

71° dia - Pantanais da alma


Teresópolis, 10 de junho de 2017


Neste módulo trabalhamos o livro Pantanais da alma de James Hollis. Dor, perda, traição, dúvida, culpa e solidão foram alguns dos temas abordados por Silvia Rocha.


Fizemos uma vivência cuja técnica foi desenvolvida pela psicoterapeuta Ligia Diniz. Utilizamos colagem e a diluição das imagens com três camadas de papel vegetal.

Para colagem foi solicitado que levássemos imagens em P&B. Levei alguns recortes que eu tinha selecionado para cartas do Soul Collage e que não chegaram a ser utilizadas.

A mulher dançando chamou atenção por lembrar a dança sufi dos derviches. Há imagens de uma catarata, uma escada  antiga e na base do trabalho coloquei a imagem de umas estátuas de esqueletos. Elas ficaram deitadas.

A cada camada de papel vegetal reforçamos com caneta hidrocor preta a imagem que ficava mais visível. 

Após a terceira camada colorimos as imagens que sobressaíram com canetas hidrocor.

A mulher dançando e os três esqueletos amarelos, numinosos, transmitem que é necessário passar por uma iniciação (como o transe da dança derviche) para se chegar à compreensão da morte.

Escrevi no meu caderno de aula: 
"A mulher gira, dança e entra em transe. Seu objetivo com essa dança é descer ao mundo dos mortos. Ela gira e vem com a força da natureza. Nada detém o giro. Ela tem à disposição dela um instrumento para descer no inconsciente. Assim como é em cima é embaixo. Ela não teme os mortos. Eles têm muito a ensinar."





















Trabalhamos o tema da solidão com uma vivência. Silvia conduziu-nos com uma meditação dirigida para que entrássemos em contato com a nossa solidão.


Vivi a solidão de um pássaro nos Andes. O condor. Fui o Condor. Por segundos entrei na pele do pássaro e senti o frio e a solidão. Ele ficava quieto no alto do cume mais alto. Levantou vôo e seguiu em direção ao Sol invernal de raios ligeiramente quentes. Saiu em busca de calor.

Essa vivência foi bastante intensa. Fiquei profundamente emocionada, pois nunca imaginei de entrar em contato com a solidão de um Condor.

Sentimento é minha função inferior. Ao entrar em contato com os meus sentimentos sempre os vivencio como algo além de mim, pertencente à natureza, ao outro, ou à humanidade, dificilmente relaciono a um sentimento meu.


sexta-feira, 9 de junho de 2017

70° - Dança com as sombras



Teresópolis, 9 de junho de 2017


Silvia Rocha iniciou o módulo abordando passagens do livro Pantanais de Alma, de James Hollis. 
Depois contou o mito de Perséfone.  
Em seguida Silvia colocou música e fizemos uma vivência com luz de velas e imagens das sombras projetadas na parede enquanto dançávamos.
Surgiu um martelo e uma pedra. O martelo bate na rocha. 
Um morcego com cabeça de ET me surpreendeu. É desconhecido para mim. Como a própria sombra é desconhecida.
Compreendi que é preciso bater na rocha para abrir caminho para as profundezas.
Finalizando a atividade fizemos um trabalho expressivo e compartilhamos com o grupo.




segunda-feira, 5 de junho de 2017

69° dia - Olhos

Rio de Janeiro, 5 de junho de 2017.

Hoje é aniversário do meu neto Miguel e, antes do almoço, tive uma sessão de arteterapia com Vanda.
Fui para o Rio muito animada para passar a noite de 4 para 5 de junho com meu netucho.
Na véspera tive uma conversa com Renata, minha filha coach. Foi uma conversa ótima onde me desagüei completamente.
Tia Arethusa teve um segundo AVC e, no dia 4 a levei para fazer tomografias do cérebro e do pescoço. Seu estado está muito frágil. Magrinha e com uma seqüela de visão instável, ora parece não enxergar, ora enxerga muito bem.
Interessante como a expressão predominante no trabalho arteterapêutico foram os olhos. Olhos atentos ao que está acontecendo comigo.
Olhos que procuram entender os eventos psíquicos e emocionais. Entretanto há um enigma, algo que não se consegue ainda decifrar e que está presente. Um enigma que se expande e sai para fora do desenho.
Há muitas setas indicando direções. A maioria direcionadas para fora. É preciso colocar para fora, desagüar as emoções (água e aquarela).
Apesar do momento parecer um tanto caótico devido ao extravasamento emocional, tudo isso parece fazer sentido, há uma diretriz por trás desses eventos.
Estou retratada no rosto cercado pela luz amarela. Conhecimento. Energia pulsante. 
Saí da sessão sentindo-me mais leve.




Sobre a técnica - primeiro pincelei água sobre o papel. Depois a aquarela em cima do traçado de água.
Os desenhos foram feitos com nanquim e um palito de churrasco.