sábado, 17 de fevereiro de 2018

5° dia - Antígona a caminho do exílio

Teresópolis, 17 de fevereiro de 2018



Hoje dei continuidade ao entendimento do mito de Antígona com o mesmo processo utilizado no trabalho anterior "Antígona e eu".

Escolhi a obra Oedipe & Antigone, de Charles François Jalabert, onde foi retratado o momento em que a heroína deixa Tebas na companhia de Édipo sob olhares acusadores. Antigona enfrenta a vergonha e apoia o pai rumo ao exílio.

Com uma folha A4 fiz um pequeno furo e passei pela pintura em busca de uma cena que chamasse minha atenção. Parei na mão com o dedo acusatório da mulher que está sentada no chão do lado direito da tela. 

Iniciei meu trabalho a partir dessa mão. Surgiram setas e outros dedos apontando para Antígona. No centro do trabalho ela surge com olhar firme e decidido, demonstrando que ela não se deixou abater pela opinião alheia.

Interessante notar que a partir do dedo acusador da mulher da pintura dei forma a um mestre, um mentor que surgiu das águas profundas do inconsciente de Antígona. 

Os dedos e as setas ganharam então um novo significado. Em lugar da vergonha os dedos apontam para uma mulher forte, altiva, que cumpriu sua missão. O mito tornou-se um arquétipo do inconsciente coletivo da humanidade.

Por último e coroando a atitude de Antígona desenhei, no alto de sua cabeça, um escaravelho alado segurando o disco solar, símbolo da ressurreição e da sabedoria divina.





Oedipe & Antigone, de Charles François Jalabert.








Antígona e um mestre que surge das águas profundas do seu inconsciente.

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