segunda-feira, 24 de julho de 2017

79° dia - Sonho colar mágico

Teresópolis, 24 de julho de 2017

Sonho de 22 para 23 de julho de 2017. Nesse sonho eu usava um colar de contas de madeira da presidente Dilma, e ao lhe devolver surpreendia-me pois o simples colar transformava-se numa joia reluzente com pedras leitosas e translúcidas, como a pedra da lua, mas em formato bruto.



Trabalho feito com lápis carvão e lápis branco.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

78° dia - Asas e raízes III


Teresópolis, 20 de julho de 2017

No último trabalho da série Asas e raízes prestei homenagem às crianças importantes da minha vida, e aos homens que marcaram a minha infância.

No centro estamos eu e papai de um lado do tronco e no outro minha mana Sonia. Entre essas duas fotos outra imagem minha com meu padrinho Rossini. Um pássaro voa espalhando uma energia dourada representando que eles não estão mais entre nós. Voaram com esse pássaro para um outro plano de existência.

Meu amado pai e meu padrinho. Imagens masculinas que marcaram minha infância. Eu tinha orgulho de ser afilhada de um artista, por outro lado sentia uma distância entre nós. Essa distância tinha a ver com o modo protocolar como a família de meu pai me tratava. Tanto ele quanto minha avó paterna estendiam a mão para que eu a beijasse. Esse gesto me causava um grande desconforto. Apesar disso eu tinha muito amor pelo meu padrinho, e guardo no meu coração o som de sua voz agradável. Algumas vezes quando falo com minha afilhada Kira ao telefone, reconheço o mesmo timbre da voz do Rossini.

Meu pai era meu ídolo. Um homem de fala mansa e uma bela voz. Tocava gaita e violão. Amava os Beatles. Ele e mamãe cantavam juntos. Índia era a canção favorita deles. Papai era um tipo faz tudo. Fotógrafo amador, jornalista e contador. Ajudava nos nossos trabalhos escolares com ideias muito legais. Gostava de disciplina e quando ficava nervoso distribuía umas chineladas, sempre em mim! Eu o provocava, com certeza, sem medo das consequências, pois tinha certeza do seu amor.

Do lado direito da imagem estão minha madrinha Rosália com minha prima Necinha grávida de Stefano. Acima delas meus dois priminhos Giovana e Stefano. Eles sofreram um grave acidente de carro e ficaram em coma. A borboleta entre eles simboliza a transformação e a vida.

Ainda do lado esquerdo mais duas imagens. Numa estou abraçando minha afilhada Kira, filha de minha mana. A outra foto é de minha afilhada Natália, filha de minha grande amiga Lucely. Acima de nós o escaravelho alado nos protege e representa nossa afinidade espiritual.

Do lado esquerdo Silvia Lima, enteada da Vanessa, uma criança muito especial com quem passei a ter um convívio mais estreito depois que Vanessa mudou-se para os Estados Unidos.

Acima dela Miguel, meu neto amado, segurando seu gatinho Leopoldo. Ao alto vemos o Arcanjo Miguel protegendo as crianças da ala esquerda do trabalho.

Crianças e figuras masculinas importantes da minha vida ligadas a mim por laços terrenos e espirituais. 


segunda-feira, 17 de julho de 2017

77° dia - Asas e raízes II

Teresópolis, 17 de julho de 2017


Nesse segundo trabalho da série "Asas e raízes" estão contempladas as amigas a mim conectadas por laços anímicos. 


Na base do trabalho a imagem de uma grande árvore com suas raízes esparramadas pela terra. O contorno da imagem lembra um coração de onde se ramificam outras raízes. Esse recorte não foi proposital. 


A Arteterapia é assim. Permite que o inconsciente se expresse livremente. Ele surge com força e comanda as curvas da tesoura no papel, dando forma àquilo que precisa ser simbolizado.


Logo acima desta árvore estamos eu eu mamãe. Estou com 12 para 13 anos, momento em que eu e Inês aprofundamos nossa amizade. Inês, meu grande amor, amiga que foi meu centro, meu degrau para todos os relacionamentos de minha vida adulta. 

Quando a conheci tive uma afinidade imediata com essa morena tímida, meio índia, amiga, charmosa, amante da música e dos esportes. Comunicativa e carismática, Inês tinha um grande círculo de amigos, que incluiu o saxofonista norte americano Bradford Marsalis.


Ela influenciou meu gosto musical, e me iniciou no The Police e Sting. Com ela desfrutei férias maravilhosas em Teresópolis. Na sua companhia fui ao Rock in Rio I e III. Na adolescência escrevíamos listas dos 100 homens mais bonitos da redondeza, onde incluíamos um atendente de um armarinho na rua Barão de Ipanema. Com ela tostei ao sol da praia de Copacabana. Por suas mãos conheci José Carlos, meu primeiro marido e pai de minhas filhas. Viajamos juntas. Passamos natais e reveillons juntas. Ela era madrinha da minha caçula.

Com meu casamento precoce precisei trabalhar antes de concluir meus estudos universitários. Assim que minha primeira filha nasceu fui trabalhar no Banco Real. Lá conheci dois rosacruzes que me apresentaram a Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz. Meu colega Lorival, e Alice Bentes, cliente que tornou-se minha amiga e mestra. Conhecê-los ajudou-me a materializar a escolha espiritual que estava latente em mim.


Por essas e por outras quando penso na Inês me vem à mente a teoria dos seis degraus para Kevin Bacon. A teoria originou-se de um estudo científico, a partir da hipótese de que, no mundo, são necessários no máximo seis laços de amizade para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas. Em pesquisa no Wikipédia encontramos um exemplo sobre essa teoria:
Um resultado interessante pode ser visto num jogo para a Internet denominado Oráculo de Bacon (The Oracle of Bacon). O jogo, criado por Brett Tjaden, um cientista da computação da Universidade de Virgínia, e mantido, atualmente, por Patrick Reynolds mostra como um ator, no caso Kevin Bacon, se relaciona com os demais artistas, sejam de filmes americanos ou não. Para exemplificar, a atriz Fernanda Montenegro tem um número Bacon de 2, obtido da seguinte forma: ela atuou em O Amor nos tempos do cólera (2007) com Benjamin Bratt que atuou com Kevin Bacon em O Lenhador (2004). 

Minha amiga Maria Inês Bomfim Loureiro, Inês, foi meu degrau para todas as direções possíveis de minha vida. Foi em muitos sentidos meu anjo protetor e, mais além, atuou como uma sacerdotisa indicando-me os caminhos a percorrer, com seu exemplo e caráter sólido.

Por intermédio dela também conheci Lucely Moreira, minha irmãzinha de alma que aqui está retratada comigo do lado esquerdo do trabalho. Sou madrinha de sua filha Natália e considero toda a família Moreira, minha segunda família. Lucely é a amiga de todas as horas. Nossa afinidade transparece na forma como vemos a vida, em nossos valores. Passamos boa parte da adolescência juntas, experimentando nossos limites, ultrapassando-os e esborrachando-nos. Também torramos ao Sol de Copacabana e tentamos incorporar as "cocotas" da moda.

Lucely tem uma irmã chamada Maria de Fátima, a Fafá, que surge na segunda foto à esquerda, com um ar irreverente fumando um cigarro. Com Fafá e seu marido Heitor desfrutei de momentos incrivelmente divertidos. Eles foram para mim um esteio em muitos sentidos, num momento difícil da minha vida. Foi Heitor quem me informou de uma prova para admissão no Arquivo Nacional, local onde trabalhei vinte e cinco anos e me realizei profissionalmente.

No Arquivo conheci minha outra irmãzinha de alma, Cláudia Boissier, na foto comigo à direita. Acima de nossa cabeça surge a imagem de um anjo da Belle Époque, simbolizando nossos laços abençoados pela arte e pela liberdade de pensamento. Nossa afinidade abarca uma infinidade de interesses, de costuras à Arteterapia, da análise de sonhos às divertidas paródias musicais.

Meu segundo casamento com Franklin também veio pelas mãos mágicas de Inês, pois o conheci no casamento de uma colega do Arquivo Nacional.

À esquerda minha amiga e professora de inglês Laureana, por quem nutro uma grande admiração e afinidade. Por necessidade do trabalho no Arquivo resolvi ingressar na Cultura Inglesa onde a conheci. Lau tem o dom da palavra seja em inglês ou português. Nessa foto estamos na Cobal Humaitá e atrás de nós a placa Espírito das Artes sugere uma amizade calcada no que há de mais sublime. Arte como expressão de criatividade. Nossos papos sempre me estimularam muito nesse sentido, portanto a imagem nada mais é que a manifestação da aura que nos envolve.

Voltando à Inês, sua imagem no centro, jovem e linda com seus longos cabelos negros foi adornada com a imagem do Sol alado egípcio. Símbolo de proteção utilizado nos antigos templos, surge aqui coroando-a e protegendo-a. Acima do símbolo outra fotografia onde estamos juntas num dia qualquer de verão. Seu sorriso era assim, esplêndido.


Acima de nossas cabeças pássaros em revoada. Vida que se renova. Bênçãos vindas do céu. Uma amizade transcendente que não se acaba nessa vida.


Nunca conheci alguém que, como eu, tivesse a sorte de ter tido uma amizade assim. Uma amiga que representasse a pedra fundamental da sua construção. 

Quando olho para trás percebo que todas as experiências afetivas e espirituais mais significativas da minha vida tiveram, de forma direta ou indireta, as mãos mágicas de Maria Inês.


Constatar a grandeza dessa amizade deu-me força e coragem para superar sua morte precoce. Certamente nossos laços continuam. Onde quer que ela esteja receberá o amor e a gratidão que ardem em mim, chamas flamejantes onde um dia tornaremos a nos encontrar.




sábado, 15 de julho de 2017

76° dia - Módulo sobre o livro A passagem do meio de James Hollis

Teresópolis, 15 de julho de 2017.

O módulo constou da apresentação de trabalhos sobre o livro A passagem do meio, de James Hollis, que aborda questões relacionadas à meia idade.
Silvia Rocha designou os capítulos que deveriam ser apresentados pelas alunas da formação. A mim coube a apresentação do capítulo "Do filho para os pais para o filho". 
Segundo Hollis na meia idade nos damos conta de sermos parecidos com nossos pais. Por ser uma fase de tomada de consciência Hollis nos convida à reflexão de questões cruciais tais como:
- Em que aspectos sou parecida com minha mãe?
- Em que aspectos sou diferente dela?
- Em que me pareço com meu pai?
- Em que sou diferente dele?
- Quem exerceu maior impacto sobre mim?
- Onde estava o outro enquanto isto estava acontecendo?
- De que modo minha jornada é diferente numa época diferente?
Percebi que o conteúdo do meu capítulo casava  perfeitamente com o conto "Onde estão as moedas?", de Joan Garriga. Idealizei então fazer uma vivência com base no conto.
A princípio pensei em distribuir moedas e folhas em formato circular. Ficou meio sem sentido o uso das moedas. Conversando com Manika ela sugeriu que eu fizesse as moedas em papel. Busquei na internet e encontrei imagens das cinco moedas brasileiras em circulação, cara e coroa. 
Testei em casa todo o processo. Gravei e escutei o conto. Em seguida fiz o trabalho expressivo com colagem e guache. Coloquei uma música para ajudar na sensibilização e na busca dos valores recebidos pelos meus antecessores.
Além da vivência preparei também alguns slides com o conteúdo para expor. 
Devido à escassez de tempo optei pela apresentação da vivência com a proposta de sensibilizar os participantes a conciliar a imagem dos pais como parte do processo de individuação.
Etapas de apresentação:
- leitura do conto
- entrega de uma folha 

em formato circular
- entrega de um saquinho amarelo com moedas de papel
- expressão livre com colagem das moedas e guache
Durante o trabalho expressivo foram tocadas as mús
icas - Come inside, de Hang Playing Hedge Monkeys, e La petite fille de la mer, de Vangelis.
As colegas do curso e a instrutora fizeram suas mandalas na sala de aula.
Entreguei o material da vivência para Vanda Viola e Silvia Rocha. Vanda fez uma belíssima mandala/árvore utilizando a técnica frottage.

Minha mandala foi feita em casa na véspera



Mandalas  das colegas do curso


Mandala de Vanda Viola

Carla Abreu fez sua apresentação e trouxe uma vivência para fazermos em casa, "A árvore da vida". Batizei minha árvore como "Árvore do desenvolvimento, do amor e da alegria"

"Árvore do desenvolvimento, do amor e da alegria"
Ana Cristina Cabral fez uma vivência muito interessante. Cada participante recebeu um balão para encher. Dançamos e depois estouramos os balões. Dentro havia uma mensagem para que fizéssemos uma reflexão sobre a infância, puberdade e vida adulta e transmitíssemos para o grupo. 
Lembrei do dia em que participei da peça ritualística "O mito de Deméter". Depois que compartilhamos nossas memórias fizemos uma dança de roda e cada colega recitou um verso.
Recitei o versinho que tia Arethusa me ensinou.

Pratinho de melado
Cestinha de cará
Quem quiser comer comigo
Abra a porta e venha cá
Pedi um copo d'água
Me trouxeram na caneca
Isso mesmo que eu queria
Cinturinha de boneca

sexta-feira, 7 de julho de 2017

74° dia - Asas e raízes I

Teresópolis, 7 de julho de 2017.

Como parte do processo terapêutico Vanda propôs uma técnica chamada asas e raízes. 

A concepção do trabalho envolveu pesquisa e seleção fotográfica de imagens de família, e de pessoas com quem eu tenho forte laço afetivo. 

Em seguida fiz a reprodução xerográfica em P&B das imagens escolhidas. Fotografei árvores em jardins e parques no Rio de Janeiro e em Teresina. Foram utilizados lápis carvão e caneta dourada.

A escolha das imagens e a colagem foi realizada dia 07 de julho. O término do primeiro trabalho deu-se na sessão do dia 10 de julho.

Foram realizados três trabalhos de asas e raízes. Nesse primeiro selecionei pessoas importantes da família. 

Na base e no centro do trabalho está minha avó Lili, mãe de mamãe. Sua imagem é a mais nítida do trabalho, pois trata-se de uma foto em P&B, adesivada, que eu já tinha em casa. Essa escolha deu-se ao "acaso" e a nitidez da imagem simboliza a importância de minha avó dentro do nosso clã. Sua imagem está assentada na imagem da raiz de uma árvore que fotografei em Teresina. Dela surgem todas as raízes que vão compor o cenário. 

À direita temos o núcleo familiar onde se encontram eu, Sonia, mamãe e papai. Acima dessa imagem estamos eu, mamãe e Sonia e sobre nossas cabeças um escaravelho alado nos dá proteção e simboliza nossa união espiritual.

À esquerda estou numa foto com minha madrinha Rosália e tia Arethusa. 

No centro minha filha Renata segura Miguel no colo. Hórus os protege com suas asas. Acima do bebê Miguel estão as imagens de anjos e do Arcanjo Miguel. 

No alto à esquerda Jesus e minha filha Vanessa olham com ternura Miguel no colo. Acima deles um pássaro voa. É um ganso mas se assemelha a uma cegonha, prenunciando a chegada de um novo bebê na família. 

No alto à direita eu e Franklin no dia do nosso casamento. Ao nosso lado a imagem de raízes entrelaçadas de uma árvore que fotografei na Praia Vermelha, não por acaso o local do nosso casamento.

A imagem sugere ligação terrena e espiritual entre todos os retratados. 

˜