O primeiro foi Assemblages: cenas que saltam em múltiplas narrativas, conduzida pelo arteterapeuta Hilton Miguel.
Essa técnica consiste na união de diversos objetos por colagem, encaixe ou justa posição, dando um novo significado ao seu uso.
Ao utilizar em suas obras elementos retirados da realidade como pedaços de jornal, papéis de todo tipo, tecidos, madeiras, e pequenos objetos de decoração, o artista sente-se liberto dos limites da pintura unindo a pintura com a escultura.
No Brasil Bispo do Rosário, Wesley Duke Lee e Krajceberg são artistas que utilizaram assemblage em seus trabalhos artísticos.
O macaco de Wesley Duke Lee
Forminhas de doce transformam-se em flores. Pequenas peças adornam e servem de expressão à alma.
Hilton Miguel distribuiu caixas e diversos materiais. Papel, cola, pequenos objetos, chaveiros, forminhas de doce, fuxicos etc.
Cada participante experimentou a técnica e fez sua caixa. Ao final cada um apresentou sua obra e o nome.
A minha foi a Criança Interior. No fundo da caixa encontrei uma bela reprodução de uma cena bordada que remeteu-me à infância. Escolhi um papel que simula tábuas corridas. Gosto da sensação de acolhimento que a madeira traz. Antiguidade. Surgiu então uma bonequinha para me representar na cena. Forminhas adornam as laterais como um jardim. Um pássaro pousa em folhas douradas conferindo magia à cena.
Uma caixinha de plástico em formato de coração aponta para o Sol da gravura colada no centro. É uma caixinha que guarda tesouros. Dentro coloquei um par de alianças, o ideal da menina é formar aliança. Dois minúsculos objetos, a cabeça de um palhacinho e de uma bonequinha representando o lúdico e a pureza da infância. O galinho de cerâmica representa a França, país pelo qual nutro um sentimento nostálgico. Déjà vu.
Foi muito prazeroso fazer a caixa com a técnica da Assemblage.
O outro mini curso foi Feltragem: o resgate da técnica milenar de nossos ancestrais , aplicado pelas arteterapeutas Jussara Gomes da Costa e Wilma Santos Ribeiro.
Jussara apresentou alguns slides com a história do surgimento do uso da lã por pastores da Mongólia, por artistas turcos no ano de 6500 AC, dentre outros.
A lã tem múltiplas utilidades. No calor refresca e no inverso isola. É antialérgica, absorvente, molhada absorve até 35% do seu peso, além de provir de fonte sustentável. A tosa responsável não causa dano ao animal.
Tem utilidade terapêutica pois possui um elevado teor de lanolina.
Seu uso como instrumento arteterapêutico promove integração, relaxamento, redução do stress, centramento pelo movimento da agulha e liberação do fluxo criativo.
Após a apresentação da técnica as palestrantes distribuíram círculos de feltro, lã merino em diversas cores, agulha de feltragem, e um bloco de espuma para a feltragem.
Os participantes fizeram belos trabalhos.
Feltrei um pinguim, animal que tem me acompanhado nos meus últimos trabalhos expressivos. No final da feltragem percebi que faltava alguma coisa e lembrei-me da esfera que esculpi nas mãos de um pinguim filhote. Aqui a esfera retorna em tonalidade lilás, indicando uma conexão com a espiritualidade.
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