segunda-feira, 18 de setembro de 2017

95° dia - Medusa


Teresópolis, 18 de setembro de 2017.


Hoje na sessão de arteterapia com Vanda fui convidada a diluir com lápis pastel aquarelável. 


Após desenhar utilizei um pincel com água para diluir e realçar o trabalho. Esse material é incrível. Ele primeiro atua como um pastel oleoso, e depois como aquarela.

A princípio pensei em diluir minha preocupação com as doenças, comigo mesma e com pessoas próximas.

A impressão que tenho é a de que estou absorvendo a doença do outro, não a doença em si, mas o "estar doente".


Refleti o quanto essa sensação causa envelhecimento precoce, e pensei em desenhar uma velha.

Qual não foi minha surpresa quando surgiu a figura da Medusa.

Conta o mito que Medusa foi uma sacerdotisa do templo de Atena (em algumas versões ela já era a criatura mítica, contudo, ainda não tinha sido amaldiçoada).

No entanto, Medusa é assediada amorosamente por Poseidon, o deus dos mares, cedendo aos seus encantos ao deitar com ele no templo da deusa Atena. Com isso, Atena transforma seu cabelo em serpentes e seu rosto num horrível semblante capaz de transformar em pedra todos que encontram seus olhos.

Assim, Medusa passou a viver na extremidade do ocidental do mundo, junto a entrada do reino dos mortos e, ao redor de seu covil, diversas estátuas de pedra de homens e animais - suas vítimas - adornavam o ambiente.

Medusa e suas irmãs são consideradas uma versão tardia do mito, onde ela seria irmã das Górgonas, Esteno e Euríale, as quais, por usa vez, eram filhas de Fórcis, o ‘Grisalho’, e Ceto, antigas divindades marinhas.

Eles também seriam os progenitores das Gréias, criaturas com um único olho e dente. Por fim, todas estas criaturas eram consideradas muito sábias.

O aparecimento da Medusa me diz que uma divindade sábia habita em mim. Pode ser a Medusa antes da maldição, pois não se vê as serpentes em sua cabeça.

Entretanto é bom lembrar que Medusa amaldiçoada tornou-se uma mulher amarga, que odiava homens e mulheres e os petrificava. 

É preciso estar atenta aos sentimentos.

A árvore com suas folhas verdinhas no topo demonstra que a vida corre e a cura está próxima para quem acessar o poder dessa entidade arquetípica.


Medusa feita com lápis pastel oleoso aquarela

terça-feira, 12 de setembro de 2017

94° dia - O ego e o eu superior

Teresópolis, 12 de setembro de 2017.

Hoje finalizei minha primeira tela no curso de desenho e pintura do Instituto de Artes - Integrartes, com a professora Adriana Amaral.
Idealizei o quadro após ver uma fotografia fantástica dos arranha céus em Dubai. 
Pensei em como construímos nosso ego, como verdadeiros edifícios, uns altos, outros baixos.
Refletindo ainda sobre o ego e nossas construções me veio a contra partida, o eu superior. Primevo e puro. Presente em nós e que algumas vezes não o vemos.
O eu superior foi inspirado na figura de um cavaleiro templário.
Representei-o sem a cruz e mantive a espada, demonstrando sua disposição para lutar contra a baixeza de caráter e o que é vil.





segunda-feira, 11 de setembro de 2017

93° dia - Nascimento da criatividade


Teresópolis, 11 de setembro de 2017

Na sessão de terapia de hoje Vanda aplicou a técnica de rabiscos terapêuticos, da oficina de Luciana Craveiro Vilanova apresentada no VI Congresso Latino Americano de Arteterapia.
Primeiro recebi uma folha A4 dobrada em várias partes e fui orientada a fazer rabiscos aleatórios em cada quadrado, como os rabiscos que fazemos quando falamos ao telefone.
Terminada essa etapa conversamos sobre as formas que se repetem, que segundo Luciana Craveiro são muito comuns. Vanda pediu que eu transpusesse para outra folha o desenho que mais tivesse chamado minha atenção.
Optei pelo último que tracei no canto inferior direito.
Ao trabalhar a forma em tamanho maior com cores dei-me conta de que reproduzi as energias que se manifestam em mim.
Há momentos em que surgem impulsos, como raios. Nesses momentos não me reconheço, pois me vejo sempre num movimento mais tranquilo e constante.
Foi bem bacana perceber essas energias, as associei aos planetas Netuno e Urano, com os quais tenho estado em sintonia.
Vanda sugeriu que em casa eu fizesse um trabalho sobre a energia "laranja".
De tarde estava no sofá lendo A grande mãe, de Neumann, e tive o impulso de fazer um desenho. Visualizara as pernas abertas de uma mulher parindo uma energia.
De imediato levantei-me e iniciei o traçado com lápis preto. Pouco a pouco a índia foi tomando forma. Finalizei com aquarela e acentuei o traçado com caneta preta.
Compreendi que a energia repentina tem a ver com a manifestação da criatividade. 
E assim veio à tona "O nascimento da criatividade".


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

90° dia - VI Congresso Latino Americano de Arteterapia - Feltragem e Assemblages

Rio de Janeiro, 7 de setembro de 2017


Primeiro dia no VI Congresso Latino Americano de Arteterapia. Consegui me inscrever em dois mini cursos do pré congresso.
O primeiro foi Assemblages: cenas que saltam em múltiplas narrativas, conduzida pelo arteterapeuta Hilton Miguel.
Essa técnica consiste na união de diversos objetos por colagem, encaixe ou justa posição, dando um novo significado ao seu uso.
Ao utilizar em suas obras elementos retirados da realidade como pedaços de jornal, papéis de todo tipo, tecidos, madeiras, e pequenos objetos de decoração, o artista sente-se liberto dos limites da pintura unindo a pintura com a escultura. 
No Brasil Bispo do Rosário, Wesley Duke Lee e Krajceberg são artistas que utilizaram assemblage em seus trabalhos artísticos.


O macaco de Wesley Duke Lee

Forminhas de doce transformam-se em flores. Pequenas peças adornam e servem de expressão à alma.
Hilton Miguel distribuiu caixas e diversos materiais. Papel, cola, pequenos objetos, chaveiros, forminhas de doce, fuxicos etc.
Cada participante experimentou a técnica e fez sua caixa. Ao final cada um apresentou sua obra e o nome.
A minha foi a Criança Interior. No fundo da caixa encontrei uma bela reprodução de uma cena bordada que remeteu-me à infância. Escolhi um papel que simula tábuas corridas. Gosto da sensação de acolhimento que a madeira traz. Antiguidade. Surgiu então uma bonequinha para me representar na cena. Forminhas adornam as laterais como um jardim. Um pássaro pousa em folhas douradas conferindo magia à cena.
Uma caixinha de plástico em formato de coração aponta para o Sol da gravura colada no centro. É uma caixinha que guarda tesouros. Dentro coloquei um par de alianças, o ideal da menina é formar aliança. Dois minúsculos objetos, a cabeça de um palhacinho e de uma bonequinha representando o lúdico e a pureza da infância. O galinho de cerâmica representa a França, país pelo qual nutro um sentimento nostálgico. Déjà vu. 
Foi muito prazeroso fazer a caixa com a técnica da Assemblage.



O outro mini curso foi Feltragem: o resgate da técnica milenar de nossos ancestrais , aplicado pelas arteterapeutas Jussara Gomes da Costa e Wilma Santos Ribeiro.
Jussara apresentou alguns slides com a história do surgimento do uso da lã por pastores da Mongólia, por artistas turcos  no ano de 6500 AC, dentre outros.
A lã tem múltiplas utilidades. No calor refresca e no inverso isola. É antialérgica, absorvente, molhada absorve até 35% do seu peso, além de provir de fonte sustentável. A tosa responsável não causa dano ao animal.
Tem utilidade terapêutica pois possui um elevado teor de lanolina.
Seu uso como instrumento arteterapêutico promove integração, relaxamento, redução do stress, centramento pelo movimento da agulha e liberação do fluxo criativo.
Após a apresentação da técnica as palestrantes distribuíram círculos de feltro, lã merino em diversas cores, agulha de feltragem, e um bloco de espuma para a feltragem.
Os participantes fizeram belos trabalhos.
Feltrei um pinguim, animal que tem me acompanhado nos meus últimos trabalhos expressivos. No final da feltragem percebi que faltava alguma coisa e lembrei-me da esfera que esculpi nas mãos de um pinguim filhote. Aqui a esfera retorna em tonalidade lilás, indicando uma conexão com a espiritualidade.





segunda-feira, 4 de setembro de 2017

89° dia - A de Amor

Teresópolis, 4 de setembro de 2017

Hoje na sessão de terapia com Vanda fui orientada a pensar numa letra e escrever um texto iniciando com a letra visualizada.
Pensei na letra A e escrevi:

Amor ...
Substância, emoção, parte de Deus.
Mistério.
O que nos une e complementa.
Somos Amor.
Pulsamos amor.
Essa energia essencial envolve a tudo e a todos.
Vem de longe.
Do centro do Universo, expandindo-se.
O amor está num olhar.
No velho.
Na criança.
No animal.
Na planta.
Na Pedra.
Ele me envolve. 
Nos envolve.
Acalma.
Alimenta.
O Amor me faz ser única.  
Presente no mundo.
O amor me conecta.
É vida.
É manifestação divina.
Sou eu.

Depois fiz um desenho sobre o texto e o li para Vanda.




Trabalho feito com giz de cera numa superfície porosa