segunda-feira, 29 de maio de 2017

68° dia -Viagem ao Piauí

Teresópolis, 29 de maio de 2017

Na sessão de arteterapia de hoje Vanda sugeriu uma colagem com o tema "Viagem ao Piauí".
Excelente ideia fazer uma expressão do que foi para mim uma viagem inesquecível.
Entre os dias 18 e 21 de maio eu, minha irmã e minha prima de Brasília, Onécia, fomos a Teresina e hospedamo-nos na casa de nossa prima Evanilde.
Foi uma viagem cheia de simbolismo, um retorno às origens de nossas mães. Uma quebra de tabu, visto que elas nunca retornaram à terra natal. Aliás, nem nossas mães nem nenhum dos seus irmãos ou minha avó jamais retornaram.
A ideia da viagem teve início há cerca de  três anos, quando Eva esteve no Rio e nos convidou. Apesar de estar motivada faltou impulso para realizar a viagem.
Esse impulso veio de forma avassaladora após a constelação familiar em grupo que fiz sob supervisão de Silvia Rocha. 
A constelação foi um divisor de águas para mim. Vivenciei revelações e sentimentos muito profundos sobre minha família.
Os primeiros três meses pós constelação foram tempos de introspecção e depuração.
Em meados de fevereiro compramos as passagens, e seguindo orientação de Eva, optamos por viajar em maio mês em que a temperatura estaria mais amena. 
Antes demos uma passadinha por Brasília e pegamos nossa prima Onécia.
A família do Piauí é grande. Meu tio Bergamine teve sete filhos, dos sete conheci cinco, pois uma das primas vive em Fortaleza.
Fomos recebidas como rainhas. O apartamento da prima Eva é muito confortável. Ela nos recebeu com um brinde de pró seco na varanda de seu apartamento com uma bela vista do bairro do Joquéi. 
E as refeições? Verdadeiros banquetes com todas as iguarias maravilhosas do nordeste. No café da manhã tapioca, cuzcuz de arroz e de milho, queijo de coalho assado, frutas, sucos incríveis de umbu, tamarindo, bacuri, fora outros mais conhecidos como acerola, suco verde etc.
Almoços e jantares inesquecíveis com Maria Isabel, arroz de carneiro, bacalhoada, baião de dois, salmão, namorado, saladas incríveis, paçoca, linguicinha caseira, costelinha e por aí foi.
Entre uma refeição e outra, um copo de Cajuína geladinha para espantar o calor!
Encontrei pontos de interseção que fazem de mim uma Bemvindo: a amabilidade, o riso fácil, a simplicidade e a hospitalidade. Hospitalidade que aprendi com vovó Lili ao longo de meu convívio com ela
Foram dias de comunhão, recordações e identificação. Foi bonito constatar que mesmo com a distância física e temporal nossos laços são  estreitos e há muita afinidade entre nós. 
Meu sobrenome é Silva Pinto mas, definitivamente, sou uma Bemvindo! 
Para provar meu pertencimento ao clã, apesar de não comer carne de boi, frango e porco há mais de quatro anos experimentei a paçoca, farofa com mais carne seca que farinha, e um pedaço de linguiça.
Um dia a prima Eva me chamou à cozinha para ensinar-me a fazer uma bacalhoada muito especial, receita que ela prepara nos natais de sua família há mais de trinta anos. Em outro, as primas Lucy e Paula ensinaram-me a fazer patch colagem e bordar com um ponto bem miudinho. 
E os presentes? Saímos de lá carregadas com doces, pacotes de goma, queijos, farinhas, castanhas, Cajuínas, toalhas, potinhos, necessaires, paninhos e cerâmicas. 
Nesses poucos e memoráveis dias honramos nossas raízes, saímos de nossas zonas de conforto, experimentamos o novo, e comprovamos que o Amor de nossos antepassados corre em nossas veias e corações.
Voltei para casa com a sensação de ter cumprido uma missão muito especial. Um resgate.
E o trabalho expressivo mostrou tudo isso.
No centro do trabalho está Pégaso, cavalo alado presente na mitologia grega no mito de Perseu e Medusa, aqui representando o aspecto numinoso do encontro de família. Magia e luz.  Abaixo à direita uma imagem de alimentos conecta-se à outra imagem onde se vê homens em prece agradecendo o alimento recebido. A viagem foi um alimento para minha alma e sou profundamente grata pela oportunidade de estar com as primas.
Ainda à direita uma árvore sai da água. Não se vê suas raízes mas se pode inferir que estão dentro da água. Mais a frente vemos águas mais revoltas. A viagem foi uma experiência intensa. Um mergulho em nossas emoções.
À esquerda uma colcha de retalhos linda, bem colorida, atributo dos valores femininos de minha família. Essa colcha representa para mim a vovó Lili. 
E por falar em Lili, fiquei feliz em saber que minhas primas conviveram com a irmã de vovó Lili, a boníssima tia Enedina. Foi bacana constatar que elas receberam o aprendizado das mulheres Bemvindo pelas mãos doces de tia Enedina.
Voltando ao trabalho expressivo, na parede lateral à cama vemos um altar que se conecta aos homens em prece. Tudo se conecta na imagem, exatamente como foi a nossa viagem. Conexão. Uma viagem de retorno ao clã, ao feminino, ao amor dos Bemvindos.








sexta-feira, 26 de maio de 2017

67° dia - Aranha revelada no Soul Collage

Rio de Janeiro, 26 de maio de 2017.

" Toda forma tem uma sombra"- Seena Frost

"[... todas as formas são provenientes da Fonte Única, todas são sagradas, e todas as formas têm potencial para alcançar o equilíbrio, o que vai permtir que seja cumprido seu projeto essencial"- Seena Frost

No terceiro módulo de Soul Collage com a facilitadora, psicóloga e arteterapeuta Lígia Diniz, fizemos o fechamento dessa primeira etapa de estudos.
Foi um módulo cheio de simbolismo, conhecimento e fluidez. Aprendemos a fazer a leitura dos cartões.
Numa vivência guiada por Lígia encontrei a imagem de um dos meus animais de poder. Foi mágico. Fomos instruídos a deixar o animal se manifestar. A imagem surgiu límpida, sem ruídos.  Rastejei na parede. 
O cartão abaixo foi produzido a partir dessa vivência. A imagem numinosa da Aranha.



No xamanismo a aranha está associada à medicina da criação dos sonhos. Traz a mensagem de que você é um ser infinito e continuará a tecer os caminhos de sua vida, conforme seu livre arbítrio.
Podemos evocar esta medicina para inspirar a criatividade e tecer os sonhos até tornarem-se realidade.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

66° dia - Conexão

Rio de Janeiro, 15 de maio de 2017.

Na parte da manhã estive numa sessão de alinhamento energético com Dimitri Camiloto e Cris Gontijo. 

Depois do almoço encontrei com Vanda. A sessão foi ótima. Sentia-me muito leve e espiritualmente enlevada. A arteterapia foi "escrita livre".

Ao chegar na casa da Manika fiz um trabalho expressivo baseado no texto.


" ... E assim vou aprendendo a lidar com minhas suscetibilidades, minha sensibilidade. Vou entendendo a maravilhosa energia ao meu redor. Uma malha que me liga ao outro. E são muitos. Pessoas que vieram, estão e se foram. Outros que retornam, mas sempre a um outro ponto dessa malha, que por sua vez me liga a outros seres. É infinita a rede. Ela foi tecida no meu coração e se estende até o infinito do universo. Onde há um coração divino, a ele estou conectada. Seja planta, animal, mineral ou humanos. Quem sabe até extraterrenos! Onde pulsa a energia vital criativa aí estou. E não precisa nada além de um sorriso e um olhar maternal, amoroso e profundo. Aonde eu me reconecto. No amor da energia feminina dentro de mim.  É na expressão dessa mulher que está a minha fonte.  Nos olhos de mar e no sorriso que convida, ampara e acolhe.  Ela me olha e eu me vejo nela. Nessa deusa incorpórea. Ela é feita de luz. Sua luz se transforma na minha carne. Com ela aprendo a ser Eu. Por meio dela  vivo minha própria essência e expressão. Na dimensão do Amor somos uma. A deusa dos olhos de mar e eu. Ela mora em cada célula, em cada átomo e sub átomo que me compõe. Brinca dentro do meu corpo. Senta-se e fia a minha história. De vez em quando ela pega uma pérola e esconde nessa trama bonita. Usa fios dourados, rosa e perolados. Ela ri. Dá gargalhadas e rodopia. Dentro de mim. Nas minhas veias e entranhas. E tece esse fio mágico. Desenha a minha experiência. Desfaz alguns nós antigos. Ajuda a bordar o karma. De maneira suave, feminina e dócil. Com ternura e inocência de criança me joga no colo. Acaricia meus cabelos. E eu acaricio os dela. Nessa hora tenho uma surpresa. Nossos cabelos são ligados. Nascem em nossas cabeças e são os mesmos fios, os mesmos cabelos cor de mel, ondulados e sedosos. Cabelos de deusas. Eu eu ela. Descubro finalmente que uma entidade sábia, criança e mulher mora em mim. E que eu sou ela."


sábado, 13 de maio de 2017

65° dia - Mitos, contos e linguagens expressivas

Teresópolis, 13 de maio de 2017

"O encanto através da arte, seja qual for o estilo, nos leva ao encontro de nós mesmos, unindo partes, unindo o que é inválido e nos tornando mais humanos"
Cláudia Brasil

Hoje Cláudia Brasil apresentou o módulo Mitos, contos e linguagens expressivas. 
Falou sobre alguns mitos, e em especial sobre Eros e Psiquê.
Como trabalho de casa pediu que fizéssemos trabalhos expressivos das tarefas impostas por Afredite à Psiquê.
Na parte da tarde Claudia levou um baralho de tarô e cada participante sorteou uma carta. Depois fizemos um trabalho expressivo sobre o simbolismo da carta.





sexta-feira, 12 de maio de 2017

64° dia - Aula de argila

Teresópolis, 12 de maio de 2017.

Hoje tivemos uma aula de argila. Antes de iniciar a aula fizemos uma breve meditação.
A proposta foi uma produção livre, com animal.
Cada aluna trouxe seu material.
Visando manter a umidade da argila guardei-a num pote com um pouquinho de água, não percebi que o saco estava furado e entrou água. 
Vanda sugeriu que guardemos nossa argila envolta num pano úmido, o que garantirá a umidade sem o risco de molhar. 
Gosto muito de moldar com argila, mas devido a esse contratempo trabalhei com um material muito mole, de difícil modelagem.
Ainda assim moldei um Pingüim com seu filhote. O filhote segura uma esfera, uma espécie de joia.


O segundo trabalho foi mais fácil de modelar, pois Carla ofereceu-me um pouco de sua argila. Surgiu o totem coruja.
Imagens de animais que surgiram como uma mensagem. Família e conhecimento. Prenúncio da viagem que realizarei na semana seguinte ao Piauí.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

63° dia - A árvore e o ovo

Teresópolis, 01 de maio de 2017

Sessão de aterterapia com Vanda Viola.
Após o segundo encontro de  Soul Collage com Lígia Diniz, elaborei uma carta da comunidade afetiva em homenagem à mamãe.  
A primeira imagem é uma foto nossa na praia. Mamãe me abraça para a foto. Sinto conforto e calor. Recorto-a como um Sol.
Na segunda imagem estou adolescente. Estamos sentadas na porta de uma igreja antiga, numa cidadezinha do interior. Um momento muito especial que simbolizei recortando a foto em formato de coração. 
A última imagem recortei nossa foto no formato de um triângulo equilátero, pois queria dar a conotação de perfeição. Surpreendeu-me que nossos rostos ficaram cortados pela metade. Além disso para fazer o triângulo dobrei a imagem ao meio, e a dobradura ficou aparente parecendo uma fenda. Essa foto é mais recente e demonstra que nessa fase nosso relacionamento está partido, pela doença e pela minha mudança de cidade.
Senti então a necessidade de trabalhar essa imagem partida na sessão de arteterapia. 
Por coincidência Vanda levou um papel em formato de círculo, interessante pois eu havia trabalhado formas na minha carta do Soul Collage.
Iniciei o desenho pelo centro. Uma árvore com muitas raízes dentro de um ovo, ornamentado por pequenas células ovo. Corações num círculo lilás representam nossa afinidade espiritual. Em torno dos corações uma faixa tribal simboliza a antiguidade de nossos laços, e contornando todo o desenho muitos peixes nadando num mar pleno de algas. Os peixes homenageiam mamãe que é pisciana.
Ao terminar o desenho observei que a copa da árvore estava com poucas folhas, numa alusão à idade avançada de mamãe. Desenhei mais algumas folhinhas num ato simbólico de prolongação da sua vida.
A árvore no centro é mamãe.