terça-feira, 31 de janeiro de 2017

26° dia - A mulher de chapéu (continuação)


Teresópolis, 31 de janeiro de 2017.

Hoje foi dia de continuar o desenho da mulher de chapéu. Esse trabalho é minucioso e requer paciência. Os fios do cabelo e da estola são desenhados um a um para dar maior veracidade ao desenho.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

25° dia - Mandala Borboletas

Teresópolis, 30 de janeiro de 2017





Para transmutar preocupações nada melhor que pintar uma mandala. Você se organiza e projeta bem estar e a solução dos problemas.
Estava preocupada com minha filha Vanessa e intuí que deveria fazer essa mandala borboleta (o nome Vanessa significa um gênero de lindas borboletas).
A principio pintei apenas uma borboleta de perfil no centro da mandala, depois ocorreu-me que ela ficaria mais feliz junto com outras de sua espécie.
Assim nasceu a mandala Borboletas da Vavá.
Ah, um detalhe bem importante, o que estava preocupando Vanessa foi solucionado a contento.
A borboleta agora está segura voando junto com seu bando!

domingo, 29 de janeiro de 2017

24° dia - Finalização da Mandala de 2017

Teresópolis, 29 de janeiro de 2017

Hoje foi um dia muito agradável e amoroso. Pela manhã eu e Franklin estivemos na casa da Monica Medrado tomando café da manhã na companhia dela e da amiga Waneise Ferreira.

A casa é muito aconchegante e foi lindamente decorada pela anfitriã.
Depois do café sentamos na varanda e continuamos a colocar o papo em dia.
Saímos por volta das 14:20 e fomos ao centro almoçar.
Ao chegarmos em casa iniciei o fechamento de algumas pendências, dentre as quais a finalização da Mandala de 2017.
A mandala anual foi ensinada pela Manika e consiste em colagens sobre um grande círculo feito com cartolina.
A mandala é temática. No centro colocamos uma imagem que nos representa. Acima dessa imagem coisas que desejamos desenvolver no decorrer do ano. No lado superior esquerdo imagens que retratam a família. No lado inferior esquerdo viagens que desejamos realizar. No lado superior direito os relacionamentos, e no lado inferior direito a saúde. 
No centro vemos a criança criativa, sorridente, com suas grandes asas de borboleta expandindo as projeções para o ano de 2017. Foi muita sorte encontrar, dentre tantas, essa imagem para representar meu ponto de partida para esse ano.
Muito do que está aqui representado já está acontecendo.
Gratidão a Sonia, minha Manika, por ter me apresentado essa técnica arteterapêutica. 





quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

23° dia - Mulher de chapéu (continuação)

Teresópolis, 26 de janeiro de 2017

Continuo trabalhando no desenho da moça com chapéu, construindo fio a fio seu cabelo.
Além de aprender técnicas de desenho esse curso está me trazendo foco, paciência e perseverança.




quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

22° dia - Mulher de chapéu

Teresópolis, 25 de janeiro de 2017


Estou fazendo progressos no curso de desenho com Adriana Amaral.
A cada momento sinto que estou adquirindo mais leveza na mão e no traço.
Continuo fazendo cópias para aprender as noções de proporção.







terça-feira, 24 de janeiro de 2017

21° dia - Arteterapia com Miguel e Mandalinhas da saúde

Teresópolis, 24 de janeiro de 2017


Durante a manhã convidei meu neto Miguel para fazer arte e pintar uma bolsa para presentear  vovó Sara que aniversariou dia 15 de janeiro.
Perguntei-lhe se queria fazer um desenho ou se preferia pintura abstrata. Mostrei-lhe alguns exemplos de pintura abstrata e ele fez sua escolha. "Abstrato, vovó!"
Ele gostou tanto de fazer essa pintura que me pediu mais tecido. 
Eis nosso pequeno Mondrian.

Nesse mesmo dia senti dores generalizadas pelo corpo. Fiquei preocupada e deprimida. A dor no corpo persistiu mas não entreguei os pontos. 
À noite iniciei um trabalho de mandalinhas. Aos poucos fui percebendo que as mandalas eram pequenas células. As células do meu corpo. Pintei e alegrei as células que pareciam sorrir para mim.
Coincidência ou não no dia seguinte eu estava mais animada, e com menos dores e preocupações com a saúde.
Batizei-as de Mandalinhas da saúde.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

20° dia - Caderno de infância IV

"Olhar para a infância é reconhecer o que você traz no coração"
Sandra Pinto


Teresópolis, 23 de janeiro de 2017


Escolher fotos, recordar momentos. O caderno da infância é uma atividade muito interessante porque não se restringe a simplesmente recordar. É fluido. Redimensiona e nos leva a uma compreensão do nosso Ser. 


Meu estilo moleca da infância continua presente hoje no meu comportamento, vestuário, e no meu jeito de ser.





sábado, 21 de janeiro de 2017

19° dia - Amor, poder e uma mandala cabeluda.

Teresópolis, 21 de janeiro de 2017.

O módulo "Amor e poder", apresentado por Cláudia Brasil, foi baseado no livro Eros de Muletas e abordou temas como a relação terapêutica, a natureza dual, o equilíbrio entre Amor e Poder deixando prevalecer o Eros, dentre outros.

Após a exposição do conteúdo fomos convidadas à seguinte reflexão: "Você tem se apoderado amorosamente de si mesmo?". 
A partir desse questionamento fizemos um trabalho expressivo.
Pintei essa mandala retratando o respeito por mim mesma e minha busca amorosa de integração da psique. Batizei-a de "Mandala cabeluda".
A mandala apresenta duas rotações, no círculo azul faz uma rotatória à direita. Em seu círculo externo roda à esquerda fazendo girar seus raios lilases, ou cabelos.
Ao olhar atentamente para essa imagem tem-se a impressão de ver um grande olho.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

18° dia - Abuso de poder (dançando para aprender)

Teresópolis, 20 de janeiro de 2017.

Antes de iniciarmos o módulo Abuso de poder, Silvia Rocha nos convocou para uma dança circular. 

A dança, por nos conectar com o chakra base, trouxe abertura e lucidez mental para a captação dos conteúdos do módulo.
Por ser um módulo mais denso foi muito perspicaz a utilização da dança circular antes de iniciar a exposição dos conteúdos.
O módulo abordou temas como a sombra do analista, a vontade de poder, poder protetor X submissão, dentre outros.
"Todos nós temos um ponto cego em relação à própria sombra", para melhor entender essa questão é preciso prestar atenção nos nossos inimigos, naquilo que nos parece desagradável. (Silvia Rocha)
A saída da sombra é a honestidade consigo próprio.

 desenho - Dança Terapia - Dança Holística Integrativa (DHI) :: FLOR & CIRCULO - My gypsy house)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

17° dia - Caderno da infância III

Teresópolis, 19 de janeiro de 2017.

Dando continuidade à elaboração do Caderno de Infância hoje relembrei os bons momentos de brincadeiras com as bonecas de papel. Era uma diversão ir à banca de jornais e comprar as revistinhas com bonecas graciosas e suas respectivas roupinhas, pra lá de moderninhas!
Sonia, Cláudia, Sofia, Ana, Sandra, Helena etc




quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

16° dia - Mulher pescoçuda

Teresópolis, 18 de janeiro de 2017.

Hoje foi meu segundo dia de aula no curso de desenho com Adriana Amaral da Integrartes, em Teresópolis.

Adriana é uma artista plástica maravilhosa. Sua didática e generosidade revela o melhor dos seus alunos. 
Nessa aula aprendi proporção, a importância da leveza no traço e como o movimento livre vai pouco a pouco dando forma ao desenho.


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

15° dia - Mandala Porta do psiquismo

Teresópolis, 17 de janeiro de 2017.


Hoje as tintas expressaram o que elas desejavam expressar. Uma bela e colorida mandala.

Ocorreu-me fazer uma porta aberta no centro simbolizando minha disposição em aprofundar meu psiquismo na busca da integração com o Self. 




segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

14° dia - Caderno da infância II

Teresópolis, 16 de janeiro de 2017.


Mais algumas imagens e histórias de infância compuseram mais um capítulo do meu caderno da infância. 

Bruxas e feiticeiras. Tema recorrente e importante da minha infância. Medo e fascínio.
O medo da Bruxa Má do Oeste foi redimido por Madame Mim e pela Feiticeira.
Quem não desejou mover o nariz e fazer as coisas acontecerem?
De certa forma posso dizer que apliquei magia na minha vida, fazendo as coisas acontecerem por meio de outro truque. No lugar do nariz de Samantha usei o olho interno com a prática da visualização criativa.



sábado, 14 de janeiro de 2017

13° dia - Caderno da infância I

Teresópolis, 14 de janeiro de 2017.

Hoje foi dia de trabalhar no caderno da infância. 

Conforme solicitado no curso de formação em Arteterapia busquei imagens afetivas para compor o meu caderno da infância.
Essa é uma atividade muito prazerosa que nos envolve numa aura de amor, boas recordações e inocência.











sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

12° dia - Vídeo de Luana Silva


Teresópolis, 13 de janeiro de 2017.

Noite. Comecei a baixar as fotos de Luana para preparar um vídeo para o seu aniversário amanhã.

A cada foto surpreendo-me com a beleza, a pureza e a força de Luana.
Entrar no imaginário dessa menina, colocar espontaneidade numa foto posada, capturar sua alma em cada olhar. 
Fotografar é registrar um átimo de luz e sombra de uma imagem que você fugazmente presenciou. 
A fotografia é um exercício de criação incrível. 
Sou grata por trazer à luz a alma dessa menina. Foi mágico!
Clique aqui e veja algumas fotos de Luana


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

11 ° dia - Contando histórias

Teresópolis, 12 de janeiro de 2017.

Hoje foi um dia bem cheio de atividades, mas o finalzinho foi maravilhoso.

Eu e meu neto Miguel nos deitamos cedo. Antes de dormir li para ele a história de Adara e o dragão do gelo.
Uma história muito legal. O livro "Dragão de Gelo", de George R. R. Martin, tem ilustrações incríveis. Cansados, dormimos logo. 
O final dessa história ficou para outro dia. 
Vou ler lentamente para termos outras noites de aconchego literário.





quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

10° dia- Colagem e mandalinhas

Teresópolis, 11 de janeiro de 2017.


Colagem que inspirou uma arte. Mandalinhas do conhecimento e da liberdade.

Novamente surge a imagem de uma serpente e um pássaro negro. Ambos voltam-se para o lado de baixo de suas respectivas mandalas, dando a sensação de um mergulho, um aprofundamento. A cobra virou-se para a direita, e o pássaro para a esquerda. 
As imagens são complementares.


terça-feira, 10 de janeiro de 2017

9° dia - Oração

Teresópolis, 10 de janeiro de 2017.




















Enquanto aguardava meu neto curtir seu primeiro dia na colônia de férias no Clube Comary fiz um das tarefas mais bonitas do Desmanual da Escrita, do Go Writers.

"Independente da sua religião - ou ausência dela - faça a oração mais bonita que conseguir. Depois, leia em voz alta, escriba, por favor."




Oh bondade infinita que habita o meu coração

Descortina em mim o véu da ilusão
Permita que a tua luz seja minha, dos meus amigos, dos meus amores, dos meus conhecidos e dos desconhecidos.
Que o teu Amor transborde em mim
E traga conforto aos que de ti necessitam
Que os meus olhos humanos consigam enxergar a tua sabedoria,
E possam decodificar em imagens, canções e poemas a tua Graça.
Seja em mim.
Faz de mim uma aprendiz dedicada
Ensina-me a viver
Ensina-me a ser humana
Ensina-me a perdoar
Ensina-me a compaixão
Envolva-me na tua paz!
Assim é, assim foi e assim será!
Nas três pontas do sagrado triângulo somos UM!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

8° dia - Clareando a mão direita

Teresópolis, 9 de janeiro de 2017.

Quando fiz a técnica de colagem baseada no soul collage Manika notou que a mão direita da imagem estava desfocada.
Essa arte procura entender o que está acontecendo com a mão direita. Compreendi que preciso colocar as duas mãos na massa. Pegar as letras e escrever a história de Kintauê.
A mão direita continua disforme.
Oportunamente vou retornar à cura dessa mão.

7° dia - Papel, tintas e cachoeira

Teresópolis, 8 de janeiro de 2017.

Eu e meu neto Miguel chegamos do Rio hoje para as tão aguardadas férias de verão em Teresópolis. 
À noitinha sugeri que fizéssemos pintura. 
Combinamos de no dia seguinte irmos à cachoeira do Parque Nacional. Ele pintou a chachoeira, algumas nuvens e um Sol radiante. Disse que era para atrair um Sol lindo.
Eu mandalei. 
No dia seguinte o dia foi de um Sol radiante e o banho de cachoeira foi bárbaro.


Cachoeira do Mi


Mandala étnica






sábado, 7 de janeiro de 2017

6° dia - Fotografando Luana

Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 2017.


Hoje foi dia de tirar as teias da câmera fotográfica.
Jardim Botânico. Um dos meus lugares preferidos no Rio de Janeiro.
Meu presente de 15 anos para Luana foi fotografá-la nesse paraíso. 
Luana quer ser modelo fotográfica e estudar psicologia.




sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

5° dia - Soul Collage

Rio de Janeiro, 6 de janeiro de 2017.


Dia de Reis. Hoje recebi um presente. Fiz uma técnica de colagem baseada no soul collage com Manika.

Essa é uma carta baseada na minha inspiração. O sopro divino que me inspira na construção de uma história sobre os Mapuches. Uma construção, como sugerem os tijolinhos do fundo.
Amei fazer esse trabalho.
A Manika reparou que a mão direita da imagem está desfocada. Sugeriu que eu faça outro trabalho para dar foco à imagem dessa mão.



quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

4° dia - Mandala Yin Yang

Rio de Janeiro, 5 de janeiro de 2017


Hoje foi dia de mandalar na casa da Manika. 

A primeira mandala a gente nunca esquece!
Yin/Yang e a serpente Oroboros.



A Ouroboros ou Oroboro é uma criatura mitológica, uma serpente que engole a própria cauda formando um círculo e que 
simboliza o ciclo da vida, o infinito, a mudança, o tempo, a evolução, a fecundação, o nascimento, a morte, a ressurreição, a criação, a destruição, a renovação. Muitas vezes, esse símbolo antigo está associado à criação do Universo.

Origem

O significado da palavra ouroboros, de origem grega, é “devorador de cauda”. O mesmo resulta da junção das palavras oura, que significa “cauda”, e boros, que significa “comer” ou “devorar”.

Significado Místico

Figura mitológica e, muitas vezes, religiosa, o Ouroboros está presente em muitos textos antigos do Egito, da Grécia, da Índia, do Japão e é encontrado também na cultura dos astecas, em que o Deus-serpente, conhecido como a Serpiente Emplumada ou Quetzálcoatl surge mordendo a própria cauda.
No geral, Ouroboros faz referência à criação do Universo e pode simbolizar a continuidade, o eterno-retorno e o renascimento na Terra.
É também um símbolo maçônico. Para os maçons, ele representa eternidade e renovação, amor e sabedoria e é encontrado decorando as fachadas dos seus templos, tal como o esquadro e o compasso.
No Budismo, o Ouroboros simboliza o olhar para si como forma de evoluir espiritualmente, marcado pela ausência de início e fim. Por sua vez, na Alquimia é usado como um norteador das estações do ano, dos céus, a partir da representação da serpente que devora a própria cauda, simbolizando, dessa forma, a energia cíclica da vida, a unidade primordial, a totalidade do mundo.

https://www.dicionariodesimbolos.com.br/ouroboros/

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

3° dia - Musicoterapia

Teresópolis, 3 de janeiro de 2017.

O dia hoje foi corrido. Não consegui dedicar-me a um trabalho com tinta, papel e cola. A arte veio com a música.

O Hapi Drum é um grande companheiro. Sua sonoridade traz tranquilidade e paz.



segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

2° dia - Inconsciente

Teresópolis, 2 de janeiro de 2017.


"Inconsciente I" foi feito com bastão Gelato da Faber Castell.
Quando terminei o desenho senti um alívio imediato e entendi que essa era uma imagem do inconsciente. Ondas vibracionais expandindo e fluindo.
Mensagens decodificadas  e amplificadas pelas cores. Dourado, rosa, azul, lilás, vermelho.  Treze pequenas células transmitem calor, como um sol espiritual.
Tudo vibra.
Tudo informa.
Tudo é vida.

domingo, 1 de janeiro de 2017

1° dia - Renascimento de Isaura Bemvindo e Silva

Teresópolis, 1 de janeiro de 2017.

2017 chegou e trouxe uma inspiração desafiadora. Praticar Arteterapia durante boa parte dos 362 dias de 2017.


Pretendo utilizar diversos suportes para expressar imagens oníricas, imagens do inconsciente, e utilizar a escrita criativa para elucidar vivências arteterapêuticas e de constelações familiares. A ideia é formar uma espécie de diário do inconsciente.


Certamente haverão dias em que não sentirei necessidade de expressar-me com a Arteterapia, seja por falta de inspiração ou por estar absorvida pela rotina. Nesses dias, sempre que possível,  vivenciarei atividades amorosas e as registrarei no blog.

         

Inicio esse projeto dando luz à minha tia Isaura Bemvindo e Silva.

Em 2016 participei de duas constelações familiares em grupo conduzidas pela psicóloga Silvia Rocha.


Constelação familiar é uma técnica criada pelo psicoterapeuta alemão Bert Hellinger. Na constelação em grupo os participantes tornam-se esculturas vivas na reconstrução da árvore genealógica da pessoa que está sendo constelada, objetivando remover bloqueios do fluxo amoroso de qualquer geração ou membro da família.


Os sistemas familiares carregam sentimentos, vivências e aprendizados, falados ou não, que são transmitidos às futuras gerações. Os silêncios e as situações ocultadas irrompem em comportamentos indesejados e sofrimento para toda a árvore familiar. Um trabalho forte e muito bonito na busca do equilíbrio e do perdão.


Na primeira constelação que assisti fui convidada a fazer parte do campo do "constelado", ou seja, fui conduzida a atuar como uma das esculturas vivas da constelação. Dessa experiência trouxe comigo uma gama de sentimentos e impressões que, de certa forma, se expandiram no meu próprio núcleo familiar. Observei pessoas ao meu redor manifestando algum tipo de transformação. Meu marido conseguiu retomar contato com o filho. Minha tia Arethusa teve uma agitação no dia seguinte à constelação. Entrei num processo de aprofundamento de sentimentos.  Lembranças afloraram. Figuras apagadas clamavam por sair da obscuridade. Os segredos de família logo seriam revelados...

Estava convicta de que a constelação familiar é um processo de cura que ultrapassa o aqui e agora. Ouvi o chamado. Precisava agir pelo bem de minha família, e em especial, pela minha mãe.


No dia 03 de dezembro programei-me para assistir a duas constelações familiares. No dia um dos constelados desmarcou e vislumbrei a oportunidade de eu mesma ser constelada.  Com a cara e a coragem me ofereci para a segunda constelação do dia. Foi das experiências mais fortes que vivi. A alma de minha família foi exposta com seus dramas.


Despi-me, e os despi.


Os mortos e os vivos juntos desafiando as leis físicas. Simbolicamente retomamos o fluxo amoroso perdido em possíveis assassinatos, desamor, mágoas, rancores e silêncios.


Minha mãe diante de mim buscando a morte. E eu buscando o perdão e a reconciliação.


O representante do algoz da família olhava-me com firmeza, sem deixar-se comover por minhas lágrimas. Seu olhar duro foi fundamental para que eu conseguisse me olhar. Contatei minha sombra.


Sim, era eu mesma ali. Debochada e insensível. Cheia de defeitos. A filha "perfeita" deu lugar à filha julgadora, crítica e hipócrita.


No chão, morta e finalmente viva diante de mim, minha tia Isaura Bemvindo e Silva.


Quando nasci ela já partira desse mundo. Meu avô a batizou com esse nome em homenagem à sua mãe Isaura de Sousa e Silva. Isaura, a tia, nasceu as 19 horas do dia 26 de novembro de 1918. Primogênita de 10 filhos. 


Aos 10 anos viveu seu primeiro grande trauma. Em 1929 seu pai, meu avô, faleceu no dia 5 de junho vítima de um aneurisma na carótida que crescia a olhos vistos. Conta-se que ele aproveitou um "descuido" da família e lancetou a bola de sangue. Cinco gerações depois, em 2009, no mesmo 5 de junho, nasceu meu neto Miguel.

Voltando à Isaura ...


Não há registro fotográfico nem qualquer outro que ilumine sua figura. A iluminação veio com Hellinger.


No início dos anos 50 os Bemvindos mudaram-se para o Rio de Janeiro. Todos ficaram na capital exceto meu tio Bergamine que resolveu retornar ao Piauí para trabalhar como protético, ofício que já desenvolvia por lá. 

Arethusa veio primeiro, sondou o terreno e abriu caminho para os demais.
Depois vieram Isaura, Isaurino, Alberto, Carlos, Rosália, Phriné e vovó Lili em busca de uma nova vida.

As ondas do mar carioca purificariam os traumas. Por quanto tempo?

O pouco que sei sobre Isaura veio de um desabafo de tia Arethusa há cerca de uns dez anos, quando ela tinha pouco mais de 80 anos e estava bem lúcida. Arethusa contou-me que Isaura era muito "nervosa" e um conselho de família decidiu interná-la na Colônia Juliano Moreira. Lá ela veio a falecer dia 11 de janeiro de 1959, aos 39 anos. A certidão de óbito registrou como causa mortis trombose cerebral, cardiopatia e anemia profunda.


Quanta dor e sofrimento para Lili e seus filhos.


Nasci 6 meses depois do falecimento de Isaura. Nas entranhas de mamãe pude sentir toda sua dor, remorso e angústia. Ela nunca falou nada sobre Isaura, nem sobre seu voto para a internação, mas tenho certeza de que foi motivada pelo amor à sua mãe, pela preocupação com seu bem estar para poupar-lhe de mais sofrimentos.


No recente filme "Nise - o coração da loucura" vimos como os "clientes", designação dada por Nise aos  pacientes, eram mal tratados no Centro Psiquiátrico Pedro II. Lobotomias. Crueldades físicas e mentais. Chorei por eles. Chorei por Isaura.

Destinos trágicos.

Os loucos respondem pelos crimes de seus antepassados. Isaura, inocente, pagou um preço alto pelos algozes da família.


Conheci tia Isaura pelas lágrimas escorridas pelo ventre de mamãe. Pelo relato de tia Arethusa. Na constelação familiar p
ela moça deitada no chão representando-a, e incomodada diante da presença do representante de seu pai (meu avô).

Meu avô era cirurgião dentista. Um apaixonado por literatura grega. Registrou duas de suas filhas com nomes gregos: Arethusa e Phriné. Submetia-se às imposições de sua  sogra, minha bisavó Amélia Ferreira Bemvindo. Fazendeira e dominadora, Amélia desejava uma neta com seu nome. Meu avô não contou nada sobre o registro de Phriné e permitiu que a filha fosse chamada de Amélia.


O verdadeiro nome de Amelinha só seria descoberto quando mamãe entrou para a escola aos sete anos de idade. Foi uma surpresa para todos descobrir seu verdadeiro nome. Meu avô já era falecido nessa ocasião.


A constelação familiar me deu a dimensão do quanto as ações de meus antepassados exercem influência na minha vida. Presto homenagem aos mortos e desaparecidos da família, na certeza de resgatar o Amor do nosso clã.


Isaura agora descansa em paz. Deixou de ser um fantasma. Morta voltou a ser uma pessoa de carne e osso. Quando criança possivelmente banhava-se no rio, brincava de teatro com os irmãos e tinha muitos planos para o futuro. Foi professora. Sensível e melancólica. Esquizofrênica? Quem sabe? Desafortunadamente sua vida esvaiu-se num Sanatório Público.

Tentar entender o que se passou com Isaura foi muito importante para mim. Aprendi muito com a constelação familiar.  Ao iluminar a vida de Isaura possibilitei um caminho de luz para mim e meus descendentes.

Orgulho-me em fazer parte de uma família com todas essas histórias. Histórias intensas. Histórias humanas. Histórias de superação.

Uma família de artistas. Vovó tocava cavaquinho e era exímia costureira e bordadeira. Mamãe tocava acordeón e tem o dom do canto. Os Bemvindos são pessoas destacadas por sua inteligência. As mulheres têm muita fibra.


Tudo pulsa em mim.


Podem existir crimes ainda desconhecidos para nós. Algozes que influenciaram negativamente outros membros dessa família. Crianças não nascidas. Vítimas acachapadas que nada fizeram para impedir as violências sofridas. 


Mas também existiram os ousados, os espiritualizados, os que davam sonoras gargalhadas para espanar as tristezas, os que não se deixaram abater pelas tragédias, e os que não se perderam na sombra da vilania. 


Saúdo a todos.


Tudo me molda.


Tudo sou eu.


Tudo é meu neto, seu filho, e o filho do seu filho.


Isaura,

sinto muito
por tudo que você passou
por sua morte solitária e prematura
por tudo que você não viveu

por favor me perdoe

pelas dores que você enfrentou
pela solidão
pelos possíveis eletrochoques
pelo desamor e incompreensão

sou grata,

por me mostrar que o silêncio não cicatriza feridas, pelo contrário, as mantém sangrando
por me mostrar a importância de honrarmos e agradecermos a todos os membros de nossa família
por ter me dado a oportunidade de iluminar seu nome
pelo perdão concedido à minha mãe na constelação familiar

te amo pela pessoa que você foi

pela sua sensibilidade
pelo seu grande esforço para não sucumbir