sexta-feira, 29 de julho de 2016

Jaspis

Teresópolis, 29 de julho de 2016

Poema inspirado em Memórias, sonhos e reflexões de Jung - capítulo Infância e o fascínio de Jung pelas pedras.

Jaspis



Onde estou?
Quem fui?
Um instante
Me dê apenas um instante
Um pedacinho de tempo
Para retirar as pesadas máscaras
Pronto, estou mais leve, mas ...
Quem sou?
O que sou?
Poeira cósmica em céu de diamantes
Sem tempo
Sem limitações
Apenas Sou
Ao lado do Sol derreto-me
E ao derreter torno-me pela primeira vez
Real
Jaspis
Pedra vermelha
Mediúnica para quem sabe
Esculpir-me sem me tocar
Meus sulcos guardam mistérios
Salvaguarda da humanidade
Na minha inteireza armazenei
Sophia de mundos paralelos
De galáxias distantes
Às caudas de simples cometas
Eis-me aqui
Cristal alquímico
Feminina
Adorada e vilipendiada
Transformada em mulher
Meretriz dançarina
Guerreira e mártir
Mãe de luz
Quem me possui eu possuo
Jaspis